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Chiapetta em destaque no cenário Estadual

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Município sediará a 9ª Abertura da Colheita do Milho no Estado do Rio Grande do Sul

Na próxima quinta-feira, 06, e sexta-feira, 07, Chiapetta será palco de um dos maiores eventos agrícolas do Estado – a 9ª abertura da colheita do milho no Estado do Rio Grande do Sul. A colheita simbólica das primeiras espigas do cereal será feita na localidade Monte Alvão, sede da Chiapeta Empresa Agrícola. O evento é organizado anualmente pela Associação dos Produtores de Milho do RS (Abramilho), Associação dos produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho) e parceiros, e tem como objetivo reforçar a importância da cultura para o Estado. Além de autoridades locais e estaduais, a expectativa é de que mais 1 mil pessoas ligadas ao setor agrícola estejam presentes.

Na quinta-feira, haverá uma palestra com o ex-ministro da agricultura e atual presidente da Abramilho, Alysson Paolinelli. Segundo informações, ele fará uma apresentação relacionada a evolução da produção de milho no Brasil e como o País saiu da posição de importador para exportador do cereal, destacando a importância da adoção de tecnologias nesse processo. Após, haverá uma palestra sobre armazenagem de grãos, com o Engenheiro Agrônomo, Ricardo Martins.

A abertura oficial da colheita está prevista para às 08 horas de sexta-feira, 07. Além da programação oficial, que consiste na colheita das primeiras espigas do cereal, também haverá a visita a estandes dos apoiadores e unidades de armazenamento.

 

Assinatura de decreto

Durante a programação de sexta-feira, 07, o Governador, Eduardo Leite, aproveitará a oportunidade para assinar o decreto que cria o Programa de Incentivo à Produção de Milho no Rio Grande do Sul (Pró-Milho/RS). A intenção é incentivar o plantio de milho e elevação da qualidade do grão. Segundo informações, o projeto foi criado durante 2019, em conjunto com a secretaria de agricultura, representantes da produção de milho, suínos, aves, cerealistas e produtores rurais.

Para o Presidente da Apromilho, Ricardo Menegethi, a iniciativa vem para somar e pode significar o aumento nos números de produção. “É um programa que enxergou as dificuldades dos produtores e as necessidades da indústria, e tentou minimizar alguns gargalos que tínhamos até então. Queremos tentar solucionar pelo menos parte desses problemas, e incentivar ao produtor de soja, a plantar milho também. Fazer o que era feito antigamente, com as boas práticas agrícolas, com a rotação de culturas, que o produtor tem deixado por razões econômicas” justificou.

 

Produção insuficiente

Ano após ano, diminui cada vez mais a área cultivada de milho no Estado, fazendo com que o Rio Grande do Sul não produza a quantidade necessária para ser autossuficiente. Os gaúchos já chegaram a plantar mais de 2 milhões de hectares, e hoje cultivam apenas 777 mil hectares. “Já plantamos menos, mas, hoje, tivemos um pequeno crescimento. A expectativa era colher aproximadamente 5 milhões e 300 toneladas de milho, porém com a estiagem, haverá uma perda de 25% a 30%, reduzindo o número de produção para pouco mais de 4 milhões de toneladas, coisa que não satisfaz a demanda do Estado, que atualmente está com pouco mais de 6 milhões de toneladas”, explicou o presidente da Apromilho. “E isso se agrava ainda mais com o crescimento e a abertura das exportações de aves e suínos para o setor asiático do mundo”, concluiu.

A iniciativa visa aumentar a produção do cereal com a pretensão de equiparar com a renda da soja, levando mais renda ao bolso do produtor de milho. “Alguns elementos estão dentro desse programa que vão facilitar a competição mais justa com a comodity, que é a soja. Desburocratização de processo e outras medidas”, explicou o presidente da Apromilho.

De acordo com dados da Emater de Chiapetta, o município produz cerca de 1.800 hectares de milho irrigado, sendo este em torno de 150 hectares para silagem, e de 1.600 hectares de milho sequeiro, sendo 500 hectares para silagem.

 

Chuvas e perdas na produção

As chuvas ocorridas nos últimos dias atenuaram, parcialmente, a situação de déficit hídrico que a cultura do milho enfrenta no Estado e favoreceram a evolução para as fases de maturação e colheita na maioria das regiões produtoras do Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado na quinta-feira, 23, as lavouras de milho estão 15% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 12% em floração, 25% em enchimento de grãos, 26% maduro e 22% do total já foram colhidos. Até o momento, Chiapetta apresenta 40% de área produzida já colhida. O restante da cultura está em fase de enchimento de grão e maturação fisiológica.

Contudo, segundo a Emater, ainda que a umidade do solo tenha retornado, não é possível a recuperação das lavouras em estágio fisiológico avançado de final de ciclo. À medida que a colheita avança, a produtividade das lavouras tem sido menor, em consequência da falta de água nos estágios críticos. Apesar disso, o produto colhido tem apresentado boa qualidade.

Para Ricardo Menegethi dificilmente será possível reverter a situação das perdas. “Não teríamos mais como retomar um pouco de produtividade nas lavouras, porque o milho, uma vez atingido pela estiagem, decreta-se a perda dele e não se recupera mais, está consolidada. Acredito que tenhamos algum milho mais do tarde, se tivermos alguma coisa de clima melhor, pode ser que venha a ter alguma safra melhor. De qualquer forma os milhos plantados mais tarde geralmente não são muito produtivos. Acho que as perdas estão consolidadas e nós não temos muitas soluções para isso”, opinou.

Engana-se quem pensa que o prejuízo fica apenas para o agricultor. As zonas de produção agrícolas e economia são movidas às boas safras. “Se temos uma perda de safra, temos um problema sério de dinheiro girando dentro dos municípios. O reflexo mais imediato seria esse, e muito abrangentemente as exportações ficariam mais fracas e o Estado como um todo acabaria perdendo com geração de impostos”, salientou Menegethi.

 

Produtor aposta em irrigação

Sede da 9ª Abertura da Colheita de Milho do Rio Grande do Sul, o proprietário da empresa Chiapeta Empresa Agrícola, Gustavo Chiappetta, diz que cultiva o cereal há 36 anos, contudo, ele conseguiu atingir um maior potencial da cultura apenas após a instalação da irrigação.

Antes da instalação do equipamento de irrigação, a produção máxima atingida pela propriedade foi 145,98 nas safras entre 2010/2011. Porém, entre os anos de 1984 a 2001 a produção não chegava a 100 kg/hectare. Atualmente Gustavo cultiva 592,4 há, todo irrigado. “Iniciamos a irrigação em 2013, porém, ela não é suficiente para atingir o potencial máximo das cultivares. Utilizamos as reservas de água (barragens) racionalmente”, explicou o produtor.

Para Gustavo, a realização da 9ª Abertura da Colheita do Milho do Rio Grande do Sul ser realizada em sua propriedade é uma oportunidade de expor as dificuldades enfrentadas no dia a dia, além de poder divulgar os benefícios da cultura do milho junto ao novo projeto do Governo do Estado.

A empresa Chiapeta Empresa Agrícola, além do milho, produz várias outras culturas. “Utilizam a produção de milho em área irrigadas na época do pendoamento da cultura e a soja para realização a rotação dos pivôs durante o verão. Nas áreas de sequeiro cultivamos também forrageira de verão depois das colheitas de milho e soja, produzindo e comercializando sementes certificadas. No inverno produzimos sementes de nabo forrageiro, aveia preta, centeio, ervilhaca. Capim sudão, milheto e trigo mourisco em meia estação também são ótimas opções para fechar a janela outonal e manter uma boa cobertura do solo antes dos cereais de inverno”, explicou o produtor.